sexta-feira, 19 de março de 2010

A contas com o café - parte II

Há pouco mais de um mês, decidi que iria iria levar café de casa num termo, ao invés de o comprar no local de trabalho. Tomei esta atitude quer por uma questão ecológica (menos copos de plástico para deitar fora/menos chávenas para lavar), quer por uma questão de poupança (5€/semana ainda é dinheiro).

Ao início, ainda recebi uns olhares meio estranhos dos meus colegas, que, mesmo habituados à minha forma de estar na vida, acharam que tinha ultrapassado o razoável. Entretanto, já se habituaram a ver o meu termo em cima da mesa :) Umas semanas mais tarde, uma colega comprou um termo igual ao meu e agora já somos duas a levar café de casa :)

(A propósito, já vi mais duas pessoas com termos semelhantes ao meu no Metro. Espero que, mais do que uma moda, este seja verdadeiramente um avanço no caminho da sustentabilidade ambiental.)





Além do café, ainda levo lanche e almoço de casa, pelo que não gasto quase nada durante a semana. Eu sei que nem todas as pessoas podem levar/querem almoço/café de casa, mas se puderem levar, pelo menos, o lanche de casa, vão ver a diferença que é ao final de apenas uma semana. E não é só uma questão de dinheiro - se levarem fruta, barras de cereais, sandes, etc - não só poupam dinheiro como ainda se alimentam melhor.

(Quanto à fruta, é sempre melhor comer peças de fruta do que andar a comprar suplementos vitamínicos, excepção feita às que são receitadas por indicação médica, claro. Vão directamente à fonte e poupam dinheiro, mais uma vez. Eu faço as minhas próprias barrinhas de cereais, mas tenho perfeita noção de que isso já é levar o espírito de poupança talvez longe de mais.)

Com toda a honestidade possível, posso dizer que, graças a estas atitudes, existe uma monstruosa diferença no dinheiro que se mantém na minha carteira.


A questão aqui não é fazer grandes sacrifícios que deixem as pessoas amarguradas e ressentidas com a cara-metade que ganha pouco/entidade patronal/governo (escolher o que se adequar),
mas sim de viver de forma mais sustentável ecologica e monetariamente falando.

No seguimento deste raciocínio, e se tiverem tempo, leiam
este artigo - retrata a experiência de uma família norte-americana que decidiu não gastar dinheiro durante um mês, à excepção da aquisição de bens essenciais. Embora a realidade deles esteja a uma galáxia e meia de distância da nossa, o texto coloca uma questão fundamental:

"Necessitamos mesmo de todas as coisas que compramos? A aquisição de coisas tem algum valor real nas nossas vidas? Não poderemos ser tão ou mais felizes gastando muito menos? "

E não pensem que esse mês de poupança foi fácil.... A triste verdade é que muitas pessoas se revêem no que querem/podem comprar/mostrar, mas mais importante do que cair num estado de auto-comiseração, porque nos apercebemos das limitações do nosso orçamento mensal, é fazer algo para mudar.





E só para assegurar que estamos todos no mesmo raciocínio, eu sei que existem pessoas a viver no limiar da pobreza e que dependem, infelizmente, de terceiros para assegurar a sua sobrevivência. Não é desses casos que estou a falar. Estou, sim, a pensar em pessoas que, com acesso a VISA's, créditos bancários, etc, acabam por ultrapassar os seus próprios limites (psicológicos, monetários, etc), sem muitas vezes terem consciência de tal facto.

Rustyboobz

1 comentário:

  1. Também em 2005 adquiri um termo e levava lanche para o trabalho. Ora levava chá ou chocolate quente. Tinha um colega que levava almoço de casa e lembro-me que nós achávamos tal coisa disparatada. Um ano depois também comecei a levar almoço de casa. Comprei uma mala térmica e aquecia no micro-ondas. Quando mudei de local de trabalho já não havia micro-ondas e comprei um termo que mantinha a comida quente. Poupei imeeeenso dinheiro dessa forma.
    É bom saber que há cada vez mais pessoas a pensar na poupança e na saúde. :)

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